Wednesday

sos USA

enquanto que no Brasil a primeira tarefa do ano é decidir onde se passar o Carnaval, em países empobrecidos como os Estados Unidos, a preocupação é com a declaração do imposto de renda. além dos 30% que são descontados na fonte, descobrimos que vamos ter que pagar o equivalente a mais 4% da renda anual, isso porque contratamos um contador. fazendo a declaração sozinhos teríamos que pagar mais 6%, então o contador acabou saindo barato porque conhece as "manhas" dos descontos, hehe. na França e no Brasil, a média que se paga é 25% e mesmo que o Brasil não seja a mãe que a França é, não dá para comparar com o retorno que se tem deste dinheiro por aqui, ou seja: N-A-D-A! só pra falar da saúde, se eu precisar de médico no Brasil eu posso contar com algum SUS, aqui se eu não tiver um plano de saúde, a saída é qualquer outra...

antes de mudarmos pra cá estava passando "Sicko", do Michael Moore, e eu me recusei a assistir achando que poderia ter sensacionalismo demais e isso me influenciaria negativamente, mas hoje sei que o incendiário diretor mostrava a verdade. quem reclama da saúde no Brasil não faz idéia de como pode ser aqui, um tal país do 1º Mundo.

um amigo espanhol, que conheci em Paris, é asmático e teve uma crise quando morava em Nova York, mas não tinha plano de saúde. ele teve que "fugir" para a Califórnia porque não podia pagar a conta, não existe uma opção para quem não pode pagar um plano. uma amiga americana perdeu o emprego e ficou 3 meses sem seguro-saúde, ela diz que quase pirou porque tomava o maior cuidado para fazer qualquer coisa, ela morria de medo de ser atropelada, hehe. um "deslize" desses realmente pode custar a sua vida bancária para sempre, os tratamentos são obscenos de caros. quando eu contei que o meu irmão havia sofrido traumatismo craniano, em São Paulo, e tudo o que tivemos que pagar foi o poste que o carro destruiu, ela não acreditou! simplesmente não existe a opção "não pagar" tratamento hospitalar nos EUA! outra amiga foi fazer um exame e meses depois precisava fazer novamente porque continuava com o mesmo problema. antes de marcar a consulta já foi avisada pela secretária que não poderia fazê-lo novamente porque o plano não cobria, que era para ela marcar dali a 4 meses... também não existe a opção pagar por algo extra, ou o seu plano cobre ou não, ponto final. não vou falar da situação odontológica porque é ainda pior, tem gente que nunca viu um dentista na vida (eu sei que no Brasil é igual, mas existe uma opção do Estado) e que depende de mutirões de profissionais que vêm do exterior para atender filas intermináveis de pacientes em ginásios de esportes transformados em consultório coletivo. os felizardos são escolhidos por sorteio, porque nunca há dentistas suficientes para todos que procuram.

bom, vou lá pagar o imposto e contribuir contra a minha vontade para o que os EUA julgam ser o melhor: gastar com guerras pelo mundo. conseguirá Super-Obama deter o escudo destruidor do Capitão América?