Monday

Casey Spooner diz que Brasil impressiona



o pré-show "Entertainment", do Fischerspooner, foi demais! The Performing Garage, o local escolhido para as 3 apresentações (23, 24, 25/4) da dupla antes de abrir a turnê oficial, que começa pela Europa, é tipo uma garagem mesmo, inclusive em termos de bagunça, dá pra ver pelas fotos. o lugar é pequeno e colocaram em frente ao palco 60 cadeiras, daquele modelo típico de bar, fiquei até com uma vértebra doendo, mas só de vê-los tão perto foi ótimo. a primeira vez que vimos a dupla foi no Skol Beats de 2004, no meio de uma multidão, agora foi tipo cara a cara. quando estávamos em Paris era impossível comprar ingressos para vê-los, estava sempre sold out.






logo no início do show, entre as placas de espelho que são as coadjuvantes da performance de Casey, ele disse que estavam ensaiando duro porque iriam se apresentar no Brasil em breve. achei estranho porque não tinha visto nada sobre isso... a apresentação foi intensa e durou pouco mais de 1 hora, Casey cantou e dançou todos os sucessos ("Emerge", "Just Let Go", "The Best Revenge", "Never Win", "Sweetness") e algumas músicas do novo álbum (Supply&Demand entre elas). ele agradeceu o público, se desculpou dos erros (eles se atropelaram em algumas coreografias e as dançarinas tiveram dificuldade em vesti-lo com uma capa de ombreiras imensas), então se sentou numa 3 tabelas ao lado das camisetas que iria vender e disse que estava disponível para conversar e responder perguntas. fomos lá, dissemos que já havíamos visto o show deles no Brasil, que eles eram ótimos e arrasavam e aproveitamos para perguntar quando eles estavam indo para lá. ele respondeu: "não vamos, eu simplesmente menti, eu sempre falo que vamos ao Brasil porque isso impressiona as pessoas, hahaha".



Thursday

nails&cocktails

os nova-yorkinos amam fazer as unhas e lugar para isso não falta. mesmo com a crise os salões continuam cheios, principalmente nas sextas e sábados. a rede Spa Belles, por exemplo, a mais barata de NY, tem uma filial a cada esquina e praticamente só tem chineses como funcionários. são dezenas deles fazendo manicure, pedicure, massagem e depilação. como moro num pedaço de Chelsea bastante gay, a unidade que tem perto de casa está sempre lotada de meninos. eles nunca vão sozinhos, adoram ficar fofocando com o amigo ou namorado enquanto afiam as garras ou amaciam os pezinhos, eles são super vaidosos.

um salão desse tipo jamais faria sucesso em Paris, lá ninguém faz a unha do pé na frente de estranhos, só em cabine fechada, à meia-luz e com pedicure cega, hahaha. franceses são muito pudicos com os pés... eu também seria se os meus pés ficassem no estado que eles costumam deixar os deles, um verdadeiro horror! no verão é aquele festival de cascos grossos e amarelados querendo pegar um pouco de luz, M-E-D-O!

um lugar super badalado onde também se pode cuidar das unhas é o Beauty Bar, com filiais em mais 5 cidades dos EUA: Los Angeles, Las Vegas, São Francisco, São Diego e Austin. o horário de atendimento é super, das 18 às 23, justamente para você sair do trabalho e ir fazer as unhas tomando o seu drink preferido, ótimo para relaxar! em Nova York o bar-salão fica no Lower East Side e costuma estar transbordando. depois das 23h00 as manicures vão embora e o povo fica até alta madrugada bebendo e dançando sem parar com as unhas lindas. a decoração é 50's e os produtos vintage de beleza e cabelo guardados nos armários chamam a atenção de todo o mundo. as cadeiras com secador em volta do bar (foto ao lado) são o máximo, eu adoro!

para quem procura novas opções para cobrir as unhas, tem os adesivos da Minx que a Sasha Fierce, aka Beyoncé, é fã. diz que dura 2 semanas, mas eu tenho minhas dúvidas... o transfer pode até resistir, mas em 15 dias as unhas costumam crescer o suficiente para perder a cobertura total do adesivo. a Minx tem uma variedade infinita de desenhos: bichinhos, flores, camuflados, polka-dots, xadrezes, caveiras, pele de bicho, tudo para todos os gostos! no site diz que ainda não chegou ao Brasil, mas eu quase duvido! em Nova York tem um salão no Brooklyn que é credenciado para trabalhar com a Minx, diz que requer treinamento para a função. aliás, o De Lux Gallery é especializado em cabelos afros, eles criam cabeças inacreditáveis! faça as unhas e saia com um cabelão de arrasar.













falando em cabelão, eu tenho me irritado um tanto com essa nova moda de deixar o cabelo crescer para "cima", tá impossível enxergar alguma coisa nos shows, vou ter que adaptar uma perna de pau portátil ou pegar a peruca da Amy para me vingar, hahaha.

Beauty Bar
231 E 14th St

Spa Belles
74 W 7th Av

De Lux Gallery
704 Fulton Street, Brooklyn

Wednesday

o ovo da discórdia

domingo fiz macarrão à carbonara e lembramos de uma história engraçada que aconteceu em Paris. antes, abro um parênteses para dizer que francês ama ovo e não têm problema nenhum em comê-los crus. com o espírito campônes latente, do mesmo jeito que o povo se delicia em tomar o leite de vaca ou cabra tirado na hora, com os ovos não é diferente, hehe. carne moída com ovo (tudo cru, claro!) é um dos pfs mais pedidos nas brasseries. os americanos, que têm paranóia de salmonela, jamais aprovariam isso, mas num país em que os vasos sanitários têm menos salmonela que a maior parte das cozinhas dos restaurantes, eles deveriam é ficar bem quietinhos no cada vez mais pobre cantinho deles.

um dos nossos amigos franceses tem loucura por macarrão à carbonara, é um dos seus pratos preferidos. a primeira vez que ele pediu achamos estranho que o garçon trouxesse a massa e colocasse um ovo ao lado do prato para que o cliente incorporasse ao macarrão. além de estranho achamos nojento e dissemos que aquela não era a receita italiana, cujo ovo é adicionado batido à massa quente para que assim cozinhe em vez de virar uma massaroca gosmenta. o francês riu da nossa cara e disse que sempre comeu daquele jeito e ele estava certo, nas brasseries só se servia o prato desta maneira. uma adaptação local da tradicional receita.

ninguém sabe direito a origem do carbonara, diz que pode ser tanto criação dos carvoeiros dos Montes Apeninos (carbone=carvão), quanto da Carbonária, uma sociedade secreta napolitana do século XIX. a minha especulação preferida é que teria sido mais uma invenção americana (já repararam que eles inventam tudo? de avião à receita de macarrão? é uma gente muito inventiva mesmo!), que durante a libertação de Roma, na 2ª Guerra, algum soldado teve a idéia de variar a ração de ovos e bacon misturando com a pasta e voilà, assim nasceu o macarrão à carbonara!!! eu poderia bem acreditar nesta história estúpida se a minha avó não fosse italiana nascida e criada em Padova de trás dos montes e se a família dela não tivesse um restaurante onde se servia o prato! enfim, os americanos falam o que quer, acredite quem quiser, sempre foi assim.

mas, voltando ao carbonara parisiense, um dia fomos a um restaurante italiano e o nosso amigo pediu o seu prato preferido. servido o macarrão, o francês ficou procurando o ovo na mesa. chamou o garçon e reclamou. italiano que era, o garçon não entendeu a pergunta... o francês disse que queria o ovo para misturar na massa. o garçon gargalhou e disse que o ovo já estava lá, e que se ele quisesse um outro ovo seria cobrado um acréscimo. todos riram, mas o francês só sossegou de esbravejar depois de ter o seu ovinho cru espatifado sobre o spaghetti.