Wednesday

um banho pontiagudo

dia desses estava procurando uma cortina nova para a banheira quando me espetei com isso, hehe.

"Spiky" é uma cortina que pretende ser eco-friendly, idealizada pela britânica Elisabeth Buecher, uma apaixonada por tecnologia inflável. funciona assim: enquanto vc toma o seu banho (esqueça o "relaxadamente") e o tempo passa, os espetos vão inflando feito ambientalistas enfurecidos.

então, se você for brasileiro e apenas cumprir o ritual básico da sua ducha rotineira, terá que lutar com as espetadelas do impetuoso Green Warrior, como a designer têxtil define sua criação.

mas qual seria esse banho ideal livre de espinhos? parcos e ligeiros 4 minutos!!! assim não dá nem para lavar os cabelos! agora eu sei porque os ingleses não enxaguam a louça, hehe. temos que ser responsáveis e realistas, tomar banho pela metade também não é ecologicamente correto!

a cortina ainda é um protótipo e eu acho que para ser comercializada deveria aumentar o tempo para 10 minutinhos ao menos. BTW, pensei em botar essa cortina quando tiver visitas em casa, hahaha!

o cachorro fantasma

esses dias fiz um daqueles quizes infinitos do Facebook que prometia revelar o meu grau de paranormalidade, hehe. apesar da superficialidade desses testes que servem unicamente para a gente se divertir e depois mostrar o resultado para os amigos, lembrei que tinha uma história interessante para contar.

antes deste apartamente que estamos agora, morávamos no térreo do mesmo prédio e tínhamos um quintal, coisa absolutamente rara em Manhattan. ficamos apenas 1 ano porque a proprietária, produtora independente em Los Angeles, havia tido um ano péssimo por causa da crise e precisava vender o imóvel, por sinal ainda sem comprador...

a mesa onde estava o meu computador ficava de frente para o quintal, que tem uma área comum aos 4 apartamentos do térreo, e algumas vezes eu via um cachorro de pelagem escura, chocolate, passando por lá, parecia um Golden Retriever. quando chegou a primavera, minha vizinha organizou um churrasco para os moradores do andar e eu aproveitei para perguntar sobre o tal cachorro. para minha surpresa ninguém tinha cachorro e eu desconversei a história com cara de tacho, hahaha. além do mais foi um certo quiprocó porque fiquei sabendo que era proibido ter animal solto na área comum e se caso eu o visse de novo deveria avisar ao zelador.

então eu comecei a ver o cachorro também dentro do meu apartamento! era aquela coisa meio de relance, que você acha que viu mas não tem certeza. os gatos ficavam incomodados quando isso acontecia, se eles estavam dormindo acordavam e iam atrás do "invasor". em francês, "folie à deux" é um tipo de loucura que é compartilhada por mais de uma pessoa, pode ser a 3, a 4, quantos loucos tiverem. eu questionava se estaria numa "folie à trois" felina, hehe.

no meio de uma madrugada acordei e vi o cachorro entrando no meu quarto. o Gummi, que dormia no pé da cama, imediatamente acordou, ele era a minha testemunha. o "cãotasma" foi direto para o lado do meu marido e para a minha surpresa Mario comeceu a fazer carinho na cabeça dele. Gummi e eu estávamos incrédulos. perguntei ao Mario o que estava acontecendo, da onde era aquele cachorro, mas foi inútil, ele virou para o lado e dormiu enquanto o cachorro saía do quarto. Gummi e Tesla o seguiram e eu fui atrás, mas não vi mais nada, ele havia desaparecido com as sombras da noite.

as aparições continuaram vez ou outra e eu não me importava mais, deixava o cão ficar a vontade, hehe.

então a dona do apartamento veio nos visitar para avisar sobre a venda. ela contou que no dia anterior a mãe havia perdido o cachorrinho dela no Central Park. ela costumava andar com ele sem coleira e por um azar daqueles ele acabou sendo atropelado. imediatamente lembrei da história do "cãotasma" e tomei coragem para perguntar se havia um cachorro com as características dele quando ela morava no prédio. ela pensou um pouco e disse que sim, mas que fazia muito tempo... eu disse, "eu sei que é estranho, mas as vezes eu o vejo aqui". ela perguntou sobre o pêlo, tamanho e tudo batia. contou que antes era permitido que os cachorros circulassem na área comum e que ele sempre vinha brincar no quintal dela, já que ela sempre gostou de bichos. ele ficou um tempo sem aparecer e um dia ela soube que ele havia morrido.

não foi a primeira história que confirmei e provavelmente não será a última. enquanto o meu universo estiver restrito a animais de estimação fofinhos eu ficarei tranquila, que não me apareça nenhum Cerberus, hahaha!