Wednesday

o cachorro fantasma

esses dias fiz um daqueles quizes infinitos do Facebook que prometia revelar o meu grau de paranormalidade, hehe. apesar da superficialidade desses testes que servem unicamente para a gente se divertir e depois mostrar o resultado para os amigos, lembrei que tinha uma história interessante para contar.

antes deste apartamente que estamos agora, morávamos no térreo do mesmo prédio e tínhamos um quintal, coisa absolutamente rara em Manhattan. ficamos apenas 1 ano porque a proprietária, produtora independente em Los Angeles, havia tido um ano péssimo por causa da crise e precisava vender o imóvel, por sinal ainda sem comprador...

a mesa onde estava o meu computador ficava de frente para o quintal, que tem uma área comum aos 4 apartamentos do térreo, e algumas vezes eu via um cachorro de pelagem escura, chocolate, passando por lá, parecia um Golden Retriever. quando chegou a primavera, minha vizinha organizou um churrasco para os moradores do andar e eu aproveitei para perguntar sobre o tal cachorro. para minha surpresa ninguém tinha cachorro e eu desconversei a história com cara de tacho, hahaha. além do mais foi um certo quiprocó porque fiquei sabendo que era proibido ter animal solto na área comum e se caso eu o visse de novo deveria avisar ao zelador.

então eu comecei a ver o cachorro também dentro do meu apartamento! era aquela coisa meio de relance, que você acha que viu mas não tem certeza. os gatos ficavam incomodados quando isso acontecia, se eles estavam dormindo acordavam e iam atrás do "invasor". em francês, "folie à deux" é um tipo de loucura que é compartilhada por mais de uma pessoa, pode ser a 3, a 4, quantos loucos tiverem. eu questionava se estaria numa "folie à trois" felina, hehe.

no meio de uma madrugada acordei e vi o cachorro entrando no meu quarto. o Gummi, que dormia no pé da cama, imediatamente acordou, ele era a minha testemunha. o "cãotasma" foi direto para o lado do meu marido e para a minha surpresa Mario comeceu a fazer carinho na cabeça dele. Gummi e eu estávamos incrédulos. perguntei ao Mario o que estava acontecendo, da onde era aquele cachorro, mas foi inútil, ele virou para o lado e dormiu enquanto o cachorro saía do quarto. Gummi e Tesla o seguiram e eu fui atrás, mas não vi mais nada, ele havia desaparecido com as sombras da noite.

as aparições continuaram vez ou outra e eu não me importava mais, deixava o cão ficar a vontade, hehe.

então a dona do apartamento veio nos visitar para avisar sobre a venda. ela contou que no dia anterior a mãe havia perdido o cachorrinho dela no Central Park. ela costumava andar com ele sem coleira e por um azar daqueles ele acabou sendo atropelado. imediatamente lembrei da história do "cãotasma" e tomei coragem para perguntar se havia um cachorro com as características dele quando ela morava no prédio. ela pensou um pouco e disse que sim, mas que fazia muito tempo... eu disse, "eu sei que é estranho, mas as vezes eu o vejo aqui". ela perguntou sobre o pêlo, tamanho e tudo batia. contou que antes era permitido que os cachorros circulassem na área comum e que ele sempre vinha brincar no quintal dela, já que ela sempre gostou de bichos. ele ficou um tempo sem aparecer e um dia ela soube que ele havia morrido.

não foi a primeira história que confirmei e provavelmente não será a última. enquanto o meu universo estiver restrito a animais de estimação fofinhos eu ficarei tranquila, que não me apareça nenhum Cerberus, hahaha!

8 comments:

Graciele said...

Mara Dedo Duro! Primeiro vc desmascarou o Casey Spooner, agora denunciou o fantasma canino que flanava tranquilamente pelo predio. Bom, tô ansiosa pra vc ver o fantasma daquelas galinhas da sua vizinha!

P. Girardi said...

m-e-d-o, não importa se é cachorro ou um cidadão. eu tinha visto o teu resultado do teste, mas não sabia que rolava isso mesmo, haha! morro de medo dessas cousas.

Lovely69 said...

dedo-duro? hahahaha! isso não é fama que se deve ter! quanto às galinhas acho que nunca mais as verei, afinal as tadinhas não voam e eu estou no último andar, hahaha!

Lovely69 said...

Pedrito, adorei o "cidadão", hahaha. ontem estava assistindo "Suspiria" e pensei que o grande problema desse "mundo" é que a gente costuma pensar que é algo que vai nos fazer mal, mas nem sempre é assim, pelo menos comigo, hehe. melhor vc ficar longe de "Suspiria", bjs!

Ka said...

eu sou do tipo não acredito nem vendo... mas confesso que fiquei com arrepios, pq o corpo da gente não reage segundo nossas crenças ou descrenças né? hehehe! bisous

P. Girardi said...

olha, mara, eu sou daqueles que têm medo do desconhecido, né, fazer o quê. bem aquela coisa: medo a gente tem que ter de quem taí, vivo, lindo e loiro, haha!
só que, malhereusement, não é bem assim que funciona comigo - tenho medo dos dois.

Anonymous said...

Aim, que medo. Eu também sou meio paranormal haha daqueles que tem orgulho, i see offline people
Nuss, é impressionante que os franceses tenham uma frase de conotação sexual para todos os momentos de nossas vidas. folie à deux haha <3
me leva no casey spooner qualquer dia, pufavo
bigus

Lovely69 said...

os franceses são assim, mas na hora do "vamôvê" não é essa desenvoltura toda, não! é aquilo, quem muito fala... agora, para ver offline people, a França é um prato cheio, hahaha! bisous