Sunday

no sleep till Brooklyn

eu tenho problemas com fogo, isso é fato! o fogo me persegue onde quer que eu vá e talvez a cor dos meus cabelos sirva de isca, sei lá. eu poderia contar várias histórias, mas agora vou contar só 2, as de final de ano.

na virada de 2004 pra 2005 resolvemos dar uma passeadinha pelo interior de Minas pra conhecer o rancho da Maria Regina e depois passar o réveillon em Parati. como mudaríamos pra França, foi tipo uma despedida do Brasil, porque são lugares que dificilmente voltaremos. de Carmo do Rio Claro pra Parati não foi bolinho, foi super cansativo, e quando chegamos não dava mais pra pegar o barco, tivemos que dormir na cidade.

dia seguinte, sol à pino, conseguimos pegar o barco perto do meio-dia e fomos assando até a ilha, chegamos tipo sardinha na brasa, HAHAHAHA! tudo muito bem, tudo muito bom, Cassiano Ricardo recebeu a gente super bem, mas mal conseguíamos ficar de pé esperando a meia-noite, enfim resistimos. bateu meia-noite, bebemos um gole de champagne e subimos pro morro onde ficava a casa. no quarto, praticamente um zumbi de pele vermelha, eu via umas sombras subindo e descendo da janela que ficava em frente e aquilo me chamou a atenção, mas não tinha forças pra levantar. depois de um tempo comentei com o Mario Martin que, pra nossa sorte, resolveu se levantar: a casa começava a pegar fogo!!! alguém tinha deixado velas na varanda que alcançaram o telhado e logo ali embaixo estavam os botijões de gás! como um shot de vodka eu levantei correndo e conseguimos apagar o fogo com a ajuda do vizinho. assim foi o flamejante começo de 2005.

daí que hoje eu decidi lavar a roupa na laundry que fica grudada no prédio onde estamos. como vamos pra nossa nova casa amanhã já adianto isso e começamos 2008 de roupa limpa, hehe. a lavanderia é de russos, as mulheres são ruivas e tudo está escrito em alfabeto cirílico, é muito legal. tem muito russo no Brooklyn, depois da ascensão da Perestroika vieram tantos que até fundaram a Little Moskau, o povo da máfia, claro! hoje não é como antes, até a Little Moskau faliu, mas ainda tem muitos russos. então que eu estava esperando a máquina de secar terminar o tempo e não mudavam os 2'. pensei que ela poderia estar quebrada e abri a porta. foi então que uma labareda furiosa saiu de dentro da máquina e eu gritei: F-I-R-E!!! a russa veio correndo pra me ajudar e esbravejou: GET OUT! felizmente deu tudo certo, a gente conseguiu fechar o gás à tempo e só algumas roupas ficaram chamuscadas. o pior foi ter ficado com cheiro de carne defumada, HAHAHAHAHA!

Saturday

smells like vanilla

desde ontem o Brooklyn mudou de cheiro e é uma delícia sair na rua e sentir esse aroma quente de baunilha, ainda mais com o frio que está fazendo, é tipo vaporizador com essência, hehe. dizem que todo final de ano acontece a mesma coisa e ninguém sabe de onde vem, como e porquê... melhor assim, os nys adoram criar fantasias e pra eles isso é um presente dos deuses e ponto final. contrariar pra quê se a imaginação é sempre o melhor lugar?

e sabia que na cabeça deles T-O-D-O-S os vendedores de pinheiros moram em cabanas nas florestas canadenses e tomam sopa com os ursos? e quando eles ficam sabendo que não é bem assim, que são apenas revendedores, eles fazem cara de choro ou, pior, têm um ataque de fúria e saem xingando de "seu assassino de árvores"!!! pois é, depois os franceses que são destemperados! sei, sei...