
eu penso que só se começa a ser livre quando o desprendimento é pleno, quando se desfazer de coisas é um ato simples e corriqueiro como escovar os dentes. pra mim tem sido um treino, cada mudança fica mais fácil, mas acho que preciso ainda de umas 10 pra largar tudo sem pestanejar e ir embora. temos 40 caixas guardadas no Brasil e não paramos de juntar coisas, todo tipo de coisas... parece que o jogo é estar sempre juntando peças que, supostamente, nos darão segurança e um sentido para a vida. o tal "eu tenho, logo existo!".
em 2005, 40 dias antes de embarcarmos para a França, entraram em nosso apartamento e levaram tudo que conseguiram, inclusive o computador. este incidente foi um verdadeiro baque porque perdemos quase tudo da nossa vida profissional e particular também, muiiiiiiiiito triste. na época foi uma tragédia grega, porque o valor sentimental era maior que tudo!
em dezembro, 2 dias antes de embarcarmos pra NY, aconteceu quase a mesma coisa... o computador, novinho de meses, simplesmente parou de funcionar. num minuto estava tudo perfeito e no outro a tela apagou pra nunca mais voltar! a Apple tentou salvar o que pôde, em outras palavras, só as inutilidades, e perdemos quase tudo novamente, mas dessa vez a máquina ainda estava na garantia e o backup mais adiantado, hehe. mas um backup também pode desaparecer ou simplesmente dar pau, nada é certo. a vida está sempre nos surpreendendo e pregando peças... o que realmente é importante deve estar guardado dentro da gente.
12 comments:
acho que esse desapego sentimental por objetos só rola depois de um tempo mesmo, depois de muito exercício. nuitas vezes nem é material, é que nos apegamos mesmo, mas é totalmente desnecessário, néam. pessoas não têm como ser repostas, mas objetos sim.
Pois é, esse é o velho fetichismo da mercadoria de Marx. Não queremos algo apenas por sua utilidade, mas pelo valor social que possui. É realmente "tenho, logo existo" ou "tenho, logo sou cool" e por aí vai... Não há como escapar disso totalmente, mas a consciência desse processo já é um bom começo. E, sem dúvida, o que importa está dentro da gente. Pena que quase ninguém sabe ou valoriza isso!
bjos
p.s.: adorei sua "casa" nova. Especialmente o título! Hhehehee
Sabe que eu nem tenho tarimba pra participar desse post? Sou bem desprendida.
que bom que vc gostou maria, adorei sua visita!
pedro, precisamos seguir o exemplo de grace, só assim teremos salvação, hehe. bisous pra todos
Coisa de canceriano isso, vai guardando, guardando, guardando... eu tenho algumas coisas de anos e já chorei até desidratar depois de ter perdido tudo num pc uma vez. Mas agora eu estou aprendendo a desapegar: compro roupa, me desfaço de alguma, vou jogando fora o que não tem tanto valor, mudo as coisas de lugar. Você tem toda razão, "o que realmente é importante deve estar guardado dentro da gente". Mas tudo bem guardar um mimo de viagem, né?! Hehehehe.
Beijo com carinho.
cássia chérie, capricórnio está se revelando muiiiiiiiiito pior do que a gente :-)). e vc está certíssima, mimo de viagem só dá alegrias! bisous
Dearest, pelo menas a nível de pauta estamos conectados. Juntei-me ao Jovem na produção de um documentário seguindo a mesma linha.... acho. Como disse, em maio vou dar a palestra aí, mas é Miami. Se conseguir mais dias [mini férias] tenho parada em SF. Se for além passo aí e ajudo você a se livrar de umas tranqueiras. :) xxx
dear, vcs precisam ver o documentário que a sandra brogioni fez, é sobre o tema. bisous
Eu vi esse documentário, Liz-triz! A-do-rei! Eu nem imaginava a importância dos tais pods na vida americana! E aquele quadro horrendo que a mulher até se emocionou ao mostrar para a câmera? Cena inesquecível...
eu adorei tb, fiquei passada! aquele quadro me marcou profundamente, se bem que teve gente que achou que ele era a única coisa que realmente deveria estar guardada, hehe. enfim, gosto não se discute! bisous
VERDADE????
o que é a verdade, não é mesmo? :D:D:D
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